Imagine conhecer a Amazônia não apenas como visitante, mas como parte dela – caminhando por trilhas guiadas pelos próprios moradores, provando receitas típicas preparadas com ingredientes locais e conhecendo de perto o cotidiano de quem chama esse paraíso de lar. Esse é o convite do turismo de base comunitária, uma experiência autêntica que coloca as comunidades locais no centro e transforma a sua viagem em uma troca genuína.
Neste artigo, vamos desvendar o que é o turismo de base comunitária, como ele se diferencia do turismo convencional, os benefícios que oferece tanto para as comunidades quanto para os viajantes, e desmistificar os principais mitos que cercam essa modalidade.
Vamos juntos descobrir esse novo jeito de viajar?
Afinal, o que é o turismo de base comunitária?
O turismo de base comunitária (TBC) ou turismo comunitário é uma modalidade de turismo em que as comunidades que recebem os viajantes são as principais protagonistas no desenvolvimento e na gestão de suas próprias atividades turísticas.
Nesse modelo, são os próprios moradores que decidem como o turismo deve ser desenvolvido e quais atividades podem ser oferecidas, garantindo que suas culturas, tradições e modos de vida sejam respeitados e valorizados, bem como o ambiente
Qual o objetivo do turismo de base comunitária?
O objetivo do turismo de base comunitária (TBC) é promover o desenvolvimento sustentável e inclusivo das comunidades por meio do turismo, garantindo que os benefícios econômicos, sociais e culturais resultantes das atividades turísticas beneficiem diretamente essas comunidades ao mesmo tempo em que promovam a preservação ambiental.
Como funciona o turismo de base comunitária?
O turismo de base comunitária é caracterizado pela participação ativa da comunidade local no desenvolvimento das atividades turísticas na região visitada. Ou seja, todas as experiências, desde o momento em que você chega até a sua partida, são conduzidas pelos próprios moradores.
Exemplo prático: Comunidade do Tumbira
Um exemplo de como isso acontece na prática ocorre na Comunidade do Tumbira, situada a uma hora e meia de Manaus e acessível apenas por barco. Desde o trajeto de barco, que oferece vistas deslumbrantes do Rio Negro, até as acolhedoras pousadas e as deliciosas refeições, tudo é cuidadosamente preparado e conduzido pelos próprios ribeirinhos.
Os visitantes têm a oportunidade de interagir diretamente com os moradores, aprendendo sobre suas tradições, modos de vida e desafios, o que enriquece a experiência e promove um intercâmbio cultural sem igual.
Dessa forma, o TBC na Comunidade do Tumbira não apenas oferece uma experiência focada unicamente nos turistas, mas também fortalece a comunidade, promovendo a valorização de sua cultura e a geração de renda local.
Qual a diferença entre o turismo tradicional e o turismo comunitário?
À primeira vista, a diferença entre o turismo de massa e o turismo comunitário pode parecer concentrada apenas na gestão, ou seja, no “quem faz” e “como faz”. No entanto, essa distinção vai muito além. Vamos entender melhor:
Modelo de gestão
O turismo tradicional geralmente é dominado por grandes empresas e operadoras de turismo que controlam a maioria das atividades. As decisões sobre o que e como oferecer experiências turísticas são tomadas por agentes externos, muitas vezes desconsiderando as necessidades e desejos da comunidade local.
Já o turismo comunitário é gerido pela própria comunidade local, que participa ativamente do planejamento, desenvolvimento e gestão das atividades turísticas. As decisões são tomadas coletivamente, garantindo que os interesses da comunidade sejam priorizados.
Impacto econômico
No turismo tradicional a maior parte dos lucros vão para grandes corporações e investidores externos, com pouca ou nenhuma contribuição para a economia local.
No turismo comunitário os lucros obtidos com o turismo são reinvestidos na comunidade, promovendo o desenvolvimento econômico local e melhorando a qualidade de vida.
Experiência do visitante
No turismo de massa as experiências tendem a ser padronizadas o que pode gerar uma falta de autenticidade e conexão cultural, além de uma dinâmica de “visitantes versus locais”, onde os turistas são vistos como consumidores e a interação com os moradores é limitada.
Já o TBC oferece experiências mais personalizadas e autênticas, permitindo que os visitantes interajam diretamente com a cultura local. Os turistas podem participar das atividades cotidianas, aprender sobre tradições locais e desfrutar de uma conexão mais profunda com a comunidade.
Sustentabilidade e preservação
O turismo tradicional muitas vezes não prioriza práticas sustentáveis, levando a impactos negativos no meio ambiente, como degradação de recursos naturais e poluição dos locais onde as viagens ocorrem.
Já no turismo comunitário, a sustentabilidade, a preservação e a conscientização ambiental são princípios indispensáveis – afinal, a ideia central é que o destino seja primeiro um bom lugar para se viver .
Quais benefícios o turismo de base comunitária traz para as comunidades amazônicas?
Geração de renda
O turismo de base comunitária (TBC) gera oportunidades diretas de emprego e renda para os moradores, englobando funções como guias turísticos, pesca, serviços de alimentação, artesãos, proprietários de hospedagens, entre outras atividades.
Dessa forma, a comunidade pode diversificar suas fontes de renda, reduzindo a dependência de atividades econômicas insustentáveis, como a extração de madeira, que, embora esteja diminuindo, ainda persiste na região.
Empoderamento comunitário
O envolvimento ativo dos moradores no turismo permite que as comunidades reafirmem sua identidade cultural e fortaleçam o empoderamento social de seus habitantes, que, ao longo da história, frequentemente foram relegados a papéis secundários.
Essa participação não apenas valoriza suas vozes e histórias, mas também proporciona um sentido de pertencimento e orgulho, transformando-os de figurantes em protagonistas de sua própria narrativa.
Valorização cultural
O turismo comunitário incentiva a preservação e a valorização das tradições culturais, permitindo que os moradores compartilhem sua herança cultural com os visitantes.
Infraestrutura e serviços
O crescimento do turismo também pode levar a melhorias na infraestrutura local, como estradas, saneamento e serviços de saúde, beneficiando toda a comunidade.
Quais benefícios o turismo de base comunitária traz para os viajantes?
Experiências autênticas
Sem a interferência de roteiros padronizados ou a superficialidade que muitas vezes caracteriza o turismo em grandes grupos, como é comum no turismo tradicional, o viajante tem a oportunidade de se envolver diretamente com a cultura local.
Essa imersão permite que ele aprenda sobre as tradições, os costumes e os modos de vida da comunidade, proporcionando uma experiência de viagem verdadeiramente enriquecedora e que vai além do mero ato de visitar um destino.
Aprendizado e conscientização
Além de vivenciar uma experiência autêntica, o visitante aprende na prática sobre a importância da preservação ambiental e do respeito às tradições locais.
Essa troca enriquecedora não apenas amplia seu conhecimento sobre a cultura e os costumes da região, mas também promove uma conscientização mais profunda sobre questões sociais e ambientais, incentivando um turismo mais responsável e sustentável.
Apoio às comunidades locais
Ao escolher o TBC, os viajantes contribuem diretamente para o desenvolvimento econômico das comunidades anfitriãs, ajudando a melhorar as condições de vida e a promover a preservação cultural.
5 principais mitos sobre turismo de base comunitária
Mito 1: O TBC é apenas uma forma de turismo ecológico
Realidade: Embora o TBC frequentemente incorpore elementos de turismo ecológico, ele é muito mais abrangente. O TBC também abrange aspectos culturais, sociais e econômicos, focando no empoderamento das comunidades locais e na valorização de suas tradições.
Mito 2: O turismo de base comunitária é apenas para viajantes alternativos.
Realidade: O TBC atrai uma ampla gama de viajantes, não apenas para aqueles em busca de aventura. Há opções de hospedagem, gastronomia e atividades que atendem a diferentes interesses e níveis de conforto.
Mito 3: O TBC é uma alternativa menos profissional
Realidade: O TBC pode ser tão profissional quanto o turismo convencional. Muitas comunidades, especialmente na região do Amazonas, investem em formação e capacitação para oferecer experiências de qualidade aos visitantes, com um forte compromisso com a sustentabilidade.
Mito 4: O turismo comunitário é menos seguro do que o turismo tradicional.
Realidade: O TBC, quando conduzido de maneira responsável, pode ser tão seguro quanto outras formas de turismo. As comunidades geralmente têm interesse em garantir a segurança dos visitantes e podem implementar medidas para proteger tanto os turistas quanto os moradores.
Mito 5: O TBC é apenas sobre renda
Realidade: Embora a geração de renda seja um benefício importante, o TBC também se concentra em aspectos sociais, culturais e ambientais, promovendo a preservação cultural, o fortalecimento da identidade comunitária e a conservação ambiental.
Conclusão
O turismo de base comunitária vai muito além de uma simples viagem; ele representa uma troca genuína entre viajantes e comunidades, valorizando a cultura local, promovendo a sustentabilidade e fortalecendo as economias regionais.
Ao longo deste artigo, desmistificamos algumas ideias equivocadas sobre o TBC e exploramos como ele beneficia tanto as comunidades anfitriãs quanto os viajantes que buscam experiências autênticas e responsáveis. Diferente do turismo de massa, o TBC convida cada visitante a se integrar, a aprender e a valorizar as tradições e belezas naturais da Amazônia, gerando impactos positivos para todos os envolvidos.
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